sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Seminário em Irecê conta com ampla participação da sociedade civil e poder público




Representantes do poder público, Organizações Não Governamentais (ONG’s), pastorais sociais, igrejas evangélicas e estudantes do município de Irecê e região participaram de seminário de sensibilização para construção da Agenda 21 no município, realizado no último dia 27 no auditório da UNEB.

Para o secretário Municipal de Meio Ambiente, João Gonçalves, esta iniciativa vem a fortalecer as ações já realizadas no município, a exemplo do trabalho desenvolvido pela recém criada secretaria, que antes era vinculada a secretaria de agricultura. “Já era um desejo nosso a implantação da Agenda 21 aqui em nosso município. Esse projeto, portanto, só vem a contribuir”, afirma Gonçalves.

O papel da escola no processo de conscientização da população é destacado pela coordenadora pedagógica da escola Parque, Vera Cavalcante, ao afirmar que a Rede Municipal de Ensino já deu os primeiros passos para a criação da Agenda 21 escolar: “Começamos a discutir com a comunidade do entorno das escolas a elaboração da agenda 21 escolar porque a gente precisa ter  a consciência de meio, trabalhar com o ser humano e a ecologia na perspectiva de garantir a qualidade de vida”.

Além do poder público, entidades da sociedade civil organizada contribuíram com as discussões do seminário e reforçam a importância da participação da sociedade civil neste processo. “A sociedade civil faz a diferença, uma vez que é ela que faz a cobrança para que as políticas públicas sejam implementadas, e por ser maioria tem condições de gerar estas mudanças para preservação do meio ambiente”, destacou Carliane Souza, integrante da Agência Mandala, organização que trabalha com tecnologias sociais para promoção da sustentabilidade na zona rural.

Área residencial do Ipeterras - Zona rural de Irecê
Outras organizações sociais, a exemplo do Instituto de Permacultura em Terras Secas (Ipeterras) tem chamado atenção para a necessidade de preservação e uso sustentável dos recursos naturais. Existe também no município o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que se propõe a pensar um modelo de economia preocupado com o meio ambiente, com foco na economia solidária. 
A disposição dos/as participantes para contribuir com a realização do projeto refletiu a preocupação que os segmentos sociais de Irecê tem com as questões ambientais no município. A metodologia do trabalho em grupo também foi importante para a socialização e reflexão acerca dos principais problemas sociais vividos por, aproximadamente, 70 mil habitantes que constituem hoje a população do município. 


Sobre o município

O município de Irecê faz parte do semiárido baiano e foi fundado em 1933. Durante muito tempo foi conhecido como a “Terra do feijão”, mas atualmente sua economia gera em torno do comércio e serviços e em menor proporção agricultura irrigada e de sequeiro. As grandes plantações de feijão foram responsáveis por parte da degradação ambiental existente hoje. Estima-se que apenas 3% da caatinga está em área preservada.

Dados do Censo do IBGE (2008) apontaram ocorrências freqüentes de alterações ambientais que tem afetado as condições de vida da população no município, o que justifica ser uma das cidades a ser contemplada com o projeto. Entre os aspectos observados, destacam-se o desmatamento e assoreamento de rios.